Desenhada pelo arquitecto vencedor do prémio Pritzker Eduardo Souto de Moura, a casa (AL 24023) combina cuidadosamente a arquitectura contemporânea com a tradição vernacular da area circundante.
A casa consiste em dois volumes unidos por dois jardins interiores. O primeiro volume (dois pisos) foi construído numa estrutura de betão armado com isolamento exterior enquanto a leveza e transparência do segundo volume (um piso) é caracterizado pelo uso do vidro, criando uma fluida continuidade entre o interior e exterior.
Com habitabilidade para seis pessoas, a casa possui três quartos, cada um com casa de banho privativa e mais uma casa de banho de serviço. Para além das áreas de dormida, a casa contém, duas salas de estar, uma cozinha totalmente equipada e dois jardins interiores.
O mobiliário e acessórios são originais e selecionados pela sua qualidade e criados por arquitectos e designers de renome incluindo Souto de Moura e Siza Vieira.
O ambiente harmonioso e acolhedor deve-se, não só à escala do projecto e à engenhosa criação de recantos, mas também a uma boa combinação do mármore e pintura creme, combinado com uma iluminação cuidadosa.
Atravessando um segundo pátio arborizado, uma porta em aço rasga o velho muro em alvenaria de pedra permitindo o acesso a uma pequena travessa.
Arquiteto
O edifício confronta a Norte com a Rua Padre Luís Cabral, e a nascente com a Travessa do Passeio Alegre.
Constituída inicialmente apenas por um piso, a proposta prevê no piso 0 uma sala comum, uma cozinha, uma lavandaria e um sanitário, e no piso 1 dois quartos e duas casas de banho, proporcionando deste modo as condições mínimas de habitabilidade e salubridade a um edifício que tinha inicialmente 61.5m2 de área bruta.
A duplicação do piso existente, permite colmatar parte do “buraco” existe no alçado da rua, não ultrapassando deste modo a cércea dos edifícios vizinhos.
A opção de abertura de apenas uma janela na fachada Norte do piso 2, deve-se, não só, ao facto de o edifício ter uma largura bastante reduzida (4.70m), mas permite igualmente um mimetismo com toda a zona envolvente, onde a relação parede-vão é bastante vincada.
Aproveitando a ligação à Travessa do Passeio Alegre, é criado um estúdio que permite a ligação ao edifício através de um pequeno jardim.
Construtivamente o edifício é constituído pelo aproveitamento das paredes exteriores existentes, sendo o aumento uma estrutura de betão armado com lajes também em betão armado. As paredes exteriores e empenas serão revestidas com isolamento térmico tipo “wallmate” e com um acabamento de reboco e pintura. As paredes interiores recebem como acabamento reboco estanhado e pintura.
Os pavimentos são, no piso 1, revestidos a soalho de madeira “hard maple” e no piso 0, revestido a mármore creme marfim.
As caixilharias, viradas para a rua, serão em madeira para pintar e para o interior do pátio e estúdio em alumínio á cor natural.
Eduardo Souto de Moura in Respect for Architecture